sexta-feira, 26 de junho de 2015

Terra escapou por pouco de uma super tempestade solar


OBS: O SOL É MAIS DE UM MILHÃO E TREZENTAS MIL VEZES MAIOR QUE O PLANETA TERRA


Terra escapou por pouco a uma tempestade solar
Enrique Calvo, Reuters

Faz agora dois anos, ocorreu uma enorme tempestade solar que poderia ter causado uma hecatombe no nosso planeta, muito pior do que o tsunami de Fukushima ou o furacão "Katrina". Se a erupção se tivesse dado uma semana mais cedo, encontraria a Terra num ponto da sua órbita que tornaria inevitável a catástrofe.

O caso foi divulgado pela NASA, que desse modo se fazia eco das observações e estudos de Daniel Baker, da University of Colorado: "Se tivesse coincidido [a tempestade com a passagem da Terra nesse ponto], ainda hoje estaríamos a reparar os estragos". E explica: "Se a erupção se tivesse dado uma semana mais cedo, a Terra teria estado no caminho".

A tempestade solar em causa ocorreu em meados de Julho de 2012 e, em 23 desse mês, o Sol projectou no espaço biliões de toneladas de plasma magnetisado que só não atingiram a Terra porque esta tinha acabado de passar e deixar para trás o cone de projecção. Assim, segundo Baker "tivemos uma sorte incrível".

Em termos práticos, isso teria significado que em todo o mundo ficaria "paralisado tudo o que estivesse ligado a uma tomada de eletricidade".

A National Academy of Sciences dos EUA calculou, segundo a NASA, o impacto económico de uma catástrofe desse tipo como algo 20 vezes mais devastador do que o furacão "Katrina", de Agosto de 2005. Uma tempestade solar desta magnitude poderia custar, segundo esse cálculo, 1.500.000 milhões de euros.

A NASA considera que esta tempestade foi a mais violenta que se conheça nos últimos 150 anos. Por sorte, o satélite "Stereo-A" ficou no foco da tempestade, "cavalgou-a", e, graças a esse acaso que teria sido desastroso para o planeta, recolheu informação de grande utilidade para o futuro.

A análise dessa informação permite concluir que a tempestade de certo modo abriu caminho a uma série de outras posteriores, segundo o instituto de investigação norte-americano Predictive Science Incorporated. Segundo Baker, "sem o satélite 'Stereo' estaríamos completamente a leste" de qualquer compreensão deste fenómeno.

Trata-se, dizem os cientistas, de algo mais frequente do que a relativa acalmia dos últimos 150 faria supor. Pode admitir-se que aproximadamente em cada par de séculos tem havido tempestades solares como esta, com idênticas repercussões electro-magnéticas. Esta hipótese leva Baker a considerar que "temos de estar mais bem preparados", tanto mais que é de prever a repetição de episódios semelhantes.
TAGS:

Nenhum comentário:

Postar um comentário