A Grandiosidade da Nova Era
São tempos de severas tempestades estes
que nos cabe vivenciar. Tempos de violência, de corrupção, de ampla
disseminação das drogas, de esfarelamento dos
laços familiares, e de tantas outras mazelas, doenças e enfermidades. Tempos de
fria indiferença, de desamor, de individualismo exacerbado e materialismo
doentio. Tempos onde multidões reduzem suas existências às suas zonas de conforto.
Tempos de violentas tempestades E DE OUVIDOS SURDOS PARA AS CANÇÕES QUE
REPOUSAM NO VENTO. De um lado está o velho mundo, em colapso a olhos vistos, e
do outro, um novo mundo, que anseia por nascer ainda. E neste cenário de
desmoronamento do velho mundo, e de erguimento dos alicerces de um novo mundo,
estamos nós. Nestes tempos de severa tempestade, conseguiremos realizar com
segurança e sabedoria a travessia? O velho mundo a desmoronar tem levado tantas
vidas consigo. Fé, coragem e uma audição apurada são necessárias para se
pensar, ousar, buscar, fazer as saídas necessárias. Como fazer por merecer as
Bem-aventuranças dos que, num mundo de errâncias, conhecem e avançam no caminho
espiritual? Cultivar os jardins da nossa interioridade, purificando o coração,
mantendo a alma sempre solidária. Resgatar a criança que fomos um dia. Refletir
sobre o significado da família, procurar ser um bom pai, um bom filho, um bom
cônjuge, um bom irmão. Fazer um inventário de todos os bens, dons e talentos
materiais e espirituais que a Vida generosamente nos concedeu. Refletir se
estamos utilizando adequadamente tais talentos em benefício de nossos irmãos de
jornada. Esta vida terrena é uma grande ponte, não constrói nela tua casa,
atravessa-a somente. Cultivar, no silêncio e na reflexão, a paz interior
necessária para a compreensão de que esta vida terrena é uma parte apenas de
uma jornada existencial sem fim. A principal tarefa na vida de um homem é dar
nascimento a si próprio. Recordar que não estamos neste belo planeta a passeio
apenas, mas sim para fortalecer nossas asas espirituais. Uma ave não voa o
quanto pode, mas o quanto quer. A colheita eterna depende da sementeira
terrena. Preciosos são estes dias fugazes. A providência de enxergar nos
meandros convulsivos do dia-a-dia pequenas e discretas metáforas de uma
realidade maior. Que com a nossa breve presença no mundo possamos deixar, de
alguma forma, mais bela a dança do existir.
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