O Xamanismo Ancestral dividiu as plantas em 3 categorias: plantas
medicinais, plantas de poder e plantas mestras professoras. As plantas
medicinais são mais utilizadas para fins analgésicos em geral, as
plantas de poder fornecem uma conexão com dimensões
energéticas/espirituais superiores, como o "Mundo dos Espíritos" e as
plantas mestras professoras tem o objetivo de não apenas nos remeter ao
Mundo dos Espíritos, bem como nos ensinar, guiar e orientar, nos
ajudando a compreender o Universo e nosso micro-universo, sob novas
perspectivas e pontos de vistas mais sutis, assim como também podem nos
remeter ao passado para resgatar alguma habilidade perdida. Também atuam
como poderosas ferramentas de cura, física, emocional, mental e
espiritual.
Existem no mundo centenas de milhares de espécies
vegetais. Estudando suas utilidades curativas e de auto-conhecimento,
nossos ancestrais encontraram grande magia nas plantas. Desde tempos
remotos o homem já se concectava com sua Divindade através de Bebidas
Sagradas, desde o SOMA da Índia à Ayahuasca Sulamericana, em todos os
continentes do planeta acharemos evidências e práticas espirituais que
ainda utilizam tais meios de conexão com o Mundo dos Espíritos e assim,
obter cura e auto-conhecimento.
As 10 Plantas Mestras Professoras:
1 - CHACRONA (Psichotria viridis) e JAGUBE (Banisteria caapi)
A Chacrona e o Jagube estão no topo da classificação, de igual modo.
Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamina). São as plantas
mestras professoras mais poderosas do xamanismo, da preparação de ambas
nasce a Bebida Sagrada conhecida como Ayahuasca. Plantas originárias da
América do Sul, encontradas em toda a região amazônica. Utilizada para
busca de auto-conhecimento e cura por pajés, xamãs e curandeiros.
2 - PEYOTE (Lophophora williamsii)
O peyote é um cacto originário da América Central e é muito utilizado
pelas tribos indígenas do México e dos Estados Unidos. A substância
ativa encontrada é a mescalina. Esta planta é utilizada em rituais de
cura e nos remete a experiências visionárias, é utilizada pela Igreja
Nativa Americana em seus cultos sagrados.
3 - WACHUMA (Trichocereus Pachanoi)
A Wachuma ou San Pedro é um cacto originário da região dos Andes,
Chile, Bolívia, Perú, Equador e Colômbia. Sua substância ativa é a
mescalina. Planta utilizada para cura e experiências visionárias e
adivinhatórias, onde o xamã é levado a ter a visão da cura do enfermo, o
espírito da planta entra em contato com o xamã ensinando-o a expulsar a
enfermidade.
4 - IBOGA (Tabernanthe iboga)
A Bebida Sagrada
mais usada na África chama-se Bwitists, que é uma preparação da raíz do
Iboga, planta mestra muito utilizada pelos pigmeus, tribo indígena
africana. Sua substância ativa é o alcalóide ibogaína. Muito utilizado
pelos xamãs africanos em sessões de cura. O Iboga estimula o sistema
nervoso central e induz a experiências visionárias e a transes
profundos.
5 - DATURA (Datura wrightii e Datura stramonium)
Existem diversos tipos de Datura, porém, as únicas que são realmente
plantas mestras professoras são a Datura wrightii, originária do México e
Estados Unidos e a Datura stramonium encontrada no Brasil. Sua
subtância ativa é a scopolamina. É uma das plantas mestras mais
perigosas, deve apenas ser ministradas por xamãs muito experiêntes.
Experiências recreativas podem ser fatais.
6 - JUREMA (Mimosa hostilis)
A Jurema, também conhecida como Jurema-preta, também é nome de uma
Bebida Sagrada feita com a raiz da árvore do mesmo nome (Mimosa
hostilis). Os pajés, sacerdotes tupis, também fazem outra Bebida Sagrada
da jurema-branca (Mimosa verrucosa), para estimular sonhos
afrodisíacos. É um tipo de Bebida Sagrada servida em reuniões especiais.
Das raízes e raspas dos galhos, os feiticeiros e pajés, babalorixás, os
mestres do catimbó, os pais-de-terreiro do candomblé de caboclo fazem
uso abundante. Sua substância ativa é o DMT (N-dimetiltriptamina). É
utiliza tradicionalmente para fins medicinais e religiosos.
7 - SOMA (Amanita muscaria)
O nome SOMA provém dos Vedas, escrituras sagradas da Índia, que nos
relata que esta seria a Bebida Sagrada mais antiga da humanidade. SOMA é
a Bebida Sagrada preparada com o cogumelo Amanita buscaria,
sacramentado até os dias de hoje na Índia, Sibéria e Austrália, por
tribos aborígenes. A substância ativa do SOMA é o alcalóide ephedrina,
que nos remete a transes extâticos profundos, conhecido como samadi em
sânscrito.
8 - LÓTUS AZUL (Nymphaea caerulea)
Esta planta mestra
é originária no Egito antigo, assim como também é encontrada na América
do Sul. A Bebida Sagrada é feita através das flores da planta. Suas
substâncias ativas são os alcalóides nuciferina e apomorphina, que nos
induz a experiências visionárias. Desta planta também são realizados
diversos preparos afrodisíacos.
9 - SÁLVIA (Salvia Divinorum)
Existem diversas espécies de Sálvia, porém, a única considerada como
planta mestra professora é a Salvia Divinorum. Também conhecida como
Maria Pastora pelas tribos indígenas mexicanas e Diviner's Sage pelas
tribos americanas, sua substância ativa chama-se Salvinorin A. É uma
planta que nos remete a experiências visionárias.
10 - PARICÁ ou YOPO (Anadenanthera peregrina)
Paricá é o extrato moído, rapé, do caule ou das sementes da árvore
conhecida no Brasil como Angico. Planta originária da América do Sul,
encontrada especialmente no Brasil. Sua substância ativa é o DMT
(N-dimetiltriptamina). Muita utilizado pelas tribos indígenas em rituais
de cura e em experiências adivinhatórias, onde o xamã ou pajé, é levado
a ter a visão da cura do enfermo. Durante o ritual o xamã inala junto
com o enfermo uma quantidade do rapé de paricá para entrarem no estado
alterado de consciência, estado este que proporciona as experiências de
cura.
Texto de, Akaiê Sramana - Fundador Acharya da Sagrada Tradição Xamanismo Ancestral